* (Re)canto *

no ruflar das asas
entre um movimento e outro
reside silêncio inescrutável
lampejo de existência
mistério insondável

vesti-me de sons
que andei recolhendo
aqui e ali na orla
do vento
no estribilho
do tempo

se já fui verso
hoje sou (re)verso
linhas traçadas
com gosto de sangue
caducam em veias abertas
nuas e secas
imagens incertas
do que me acometeu

se em mim
arrefeceu
a poesia
não me abato
amanhã
é outro dia


http://ursulaavner.blogspot.com

*
imagem do google- sem informação de autoria
Úrsula Avner
Enviado por Úrsula Avner em 14/08/2010
Reeditado em 14/08/2010
Código do texto: T2438154
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