poesia catártica

fizemos quase tudo direito

erramos por tão pouco, enfim

medo, é mesmo o nosso maior defeito

e qualidade também... compreenda-me

meu bem, deus não perdoa ninguém...

das mentiras são as nossas verdades, elas

me dão o direito de viver, esquizofrênica...

catatônica, feito placas, rastejando, instável

tectônica, sob seus pés...

conhecemos como ninguém a origem, destas dores

psicossomática, nos tornou estes seres, assim

aparentemente inabaláveis, estóicos, os fleumáticos

praguejamos, desafiamos a natureza com os vícios...

sem juizes, sem juízo, somos os homens da palavra

enigmática, da poesia, catártica, sedutores geniais

pensadores imortais, por vezes choramos os amores

perdidos, somos aminoácidos, fabricados, e depois

somos nós e a nossa loucura, as proteínas...

formamos a cada leva sobrevivente, o mundo

somos os homens sãos com os seus quintais

suas cercas e usinas, atômicas, suas armas

bélicas, hediondas, suas religiões, sementes

orgânicas, toda sua cultura, provisões...

somos o passado do futuro, a sombra

somos o futuro do passado, a onda...

contamos histórias de ancestrais ainda, e

haverão nossos descendentes a contar

nossas histórias nem tristes nem contentes

histórias, de humanidade, da humanidade...

sem juizes, sem juízo, somos os homens da palavra

enigmática, da poesia, catártica, sedutores, geniais

pensadores, imortais, por vezes choramos os amores

perdidos, somos, aminoácidos, fabricados, e depois

somos nós e a nossa loucura, as proteínas...

conhecemos como ninguém a origem, destas dores

psicossomática, nos tornou estes seres, assim

aparentemente inabaláveis, estóicos, os fleumáticos

praguejamos, desafiamos a natureza com os vícios...

das mentiras são as nossas verdades, elas

me dão o direito de viver, esquizofrênica

catatônica, feito placas, rastejante, instável

tectônica, sob seus pés...

fizemos quase tudo direito,acredito

erramos por tão pouco, enfim

medo, é mesmo o nosso maior defeito

e qualidade também... compreenda-me

meu bem, deus não perdoa ninguém...

Suzane Rabelo
Enviado por Suzane Rabelo em 17/08/2010
Reeditado em 26/01/2012
Código do texto: T2442620