Submerso
Sou uma estátua em seu porão.
Sou uma estátua imersa -
Guarda-me o mar:
Lava e água,
Lava-me água,
Lava e pedra.
Rendo-me,
Estou morto;
Uma vez mais.
Que me importa a verdade?
Essa meta semovente, ilusória,
Esse holograma,
Que ofusca nossa visão e nos atrai,
Mas que se desfaz (e se refaz adiante)
Quando sobre ele estendemos nossas mãos.
Basta-me a poesia -
A rainha da humildade -,
Que se expõe como é,
Que não se insinua maior ou menor;
Que se constrói
Quando a tocamos
Ou quando deixamos que ela nos toque.
PS. Diálogos sierescos ou oniwlackianos.