Submerso

Sou uma estátua em seu porão.

Sou uma estátua imersa -

Guarda-me o mar:

Lava e água,

Lava-me água,

Lava e pedra.

Rendo-me,

Estou morto;

Uma vez mais.

Que me importa a verdade?

Essa meta semovente, ilusória,

Esse holograma,

Que ofusca nossa visão e nos atrai,

Mas que se desfaz (e se refaz adiante)

Quando sobre ele estendemos nossas mãos.

Basta-me a poesia -

A rainha da humildade -,

Que se expõe como é,

Que não se insinua maior ou menor;

Que se constrói

Quando a tocamos

Ou quando deixamos que ela nos toque.

PS. Diálogos sierescos ou oniwlackianos.

Pedro Oniwlack
Enviado por Pedro Oniwlack em 17/08/2010
Reeditado em 17/08/2010
Código do texto: T2442902
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.