Diálogo interior
Aonde vais com tamanha pressa?
Acerca-te de mim um pouco mais
Venhas saciar tua sede
A ti ofereço água fresca e paz
Depois deste refrigério.
Deixa-me teu manto retirar e
Teus sapatos já gastos, desatar.
Repouse em meus braços que embora cansados, inda tem forças para lhe suster, livra-te das dores e dos erros, que a vida te deu.
Esqueça teu fardo sem nexo, absurdo.
Deixa-me unir os pedaços.
Que nos percalços da vida separou-se de ti.
Una-se a mim.
Sou seu bálsamo exato e bendito
Para os teus ombros feridos
Venhas e acalma-te então
Agora em meio a este trajeto
Já se esqueceu do que buscavas?
Ouça-me mais um segundo
E aliviarás por completo sua aflição.
Não, mais me mantêm cativo.
Porque cativo sendo eu
Sou o único que pode te dar libertação
Vivemos na mesma casa, pulsamos ao mesmo tempo.
Se acaso olhares para dentro, dirás: Não tenha pressa, meu pobre coração!