CORAÇÃO

Oh! coração traiçoeiro

Que seduz...é matreiro

Que se arrasta, sorrateiro

Instiga o não verdadeiro

Foge voraz do real

Estimula o eterno sentimento

Envolve em matizes o pensamento

Enfeita em luzes a imaginação

Revela nova emoção

Acorda de novo para a vida

É a energia em ebulição

Que tenta escapar, não vê saída

E, na busca desenfreada do amor

Sofre, apela, cessa as vozes

A boca cala e exala paixão

Somente fala o coração

Só ele quer se mostrar...

Sufoca, alia, invoca

Céus, terra e mar

Prova o gosto do prazer

Extasia energia, sente, esvazia...

O líquido incesante se faz

Nesta hora vê transformar

Nas veias doce do amor

O sangue impuro se esvai...

Em troca da bebida insana

O coração pleno vai repousar

Enquanto a alma vem reclamar

tentar a calma recuperar...

Tens a alma redobrada

Sentindo-se aprisionada

No templo, no tempo, na estação...

Jaz alí estendido no chão

Em fragmentos, o coração

Como água fétida do pântano

A enlamear doce encanto

Chorando em triste lamento

Por esta dor, o tormento

Do prazer do corpo, o momento

A alma dilacerada

Sofre por ver calada

Mais esta estação de ilusão

Deste pobre e ingênuo coração.

DIANA LIMA/ITANHÁEM/SP, 14/03/2004

Sob lei dos direitos autorais n. 9.610 de 19/02/1998

Diana Lima
Enviado por Diana Lima em 14/06/2005
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