Outono da Vida

Começo e fim,infância e velhice,paradoxais

como a própria solidão imantando multidões;

não deixes solidão da idade pontuar finais;

restaura, recria,reinventa e acende emoções!

Velho fruto da vida que tantas roupas vestiu,

frente à imensidão de tempestades ressurgiu,

no tempo de ponderar, aparar aresta e ensinar

que doce outono flori depois do grão semear!

Teu rumo selado do egocentrismo ao altruísmo,

caracterizou tuas rugas serenas e desaceleradas,

pois a lentidão suave não marca o fim das cores,

ao contrário, faz degustar os melhores sabores!

Quem vê a morte como a vilã do envelhecimento,

recusa idéias da boa velhice e amadurecimento;

é uma condição a nós imposta de maneira vital,

no ancião feliz força física dá espaço à mental!

Santos-SP-21/09/2006

Inês Marucci
Enviado por Inês Marucci em 21/09/2006
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