Meu canto sem encanto

Neste canto sem encanto

onde a beleza é muda

jamais tu lerás bretão

tão pouco Pablo Neruda

nada somarão à página

deles ela se desnuda

Prefiro mil vezes os ébrios

sonêtos de Carlos Pena

que ora cheiravam ao chope

ora à Recife morena

porém com simplicidade

sem querer roubar a cena

nestas páginas paupérrimas

que escrevo sem artimanhas

porém com coisas tão minhas

que saem das minhas entranhas

sem enfeites sem molduras

a cópia aqui nada ganha

Meu canto não tem encanto

ninguém vai querer linkar

talvez por não ser hipócita

só vê beleza onde há

não barganha elogios

prá "egos" massagear

Triste canto de escrita

Que alguns lêem sem tesão

depois tecem elogios

sentem-se na obrigação

Saibam que não vos preso

sem receio abro-lhes mãos