Poemas do I Ching - A Resposta Natural, o Receptivo (K’un - a terra+ a terra)

Nenhuma resposta resistia na encruzilhada encontrada

à beira da nova estrada que começava

sem fim visível,

como aquela pedra inerte, majestosa, imponente

no meio da seara dançando como ondas

tocando a praia deserta,

nem a mágoa esquecida no deserto em oásis verdejante

no amarelo da areia,

o som repetitivo do agressivo vento, tumultuoso

indo e regressando impiedoso,

empurrando impulsos desordenados

desconexos,

relembrei o beijo despido no reencontro

desmascarado no meio de multidão apressada incógnita,

como se só nós dois existíssemos,

amássemos,

sabor para sempre guardado por olhos fechados

subindo as escadas do paraíso procurado.

Hoje irei assim até à cordilheira Mahalangur Himal,

mergulhar ao sopé da fossa das Marianas

escondido,

sem perguntas,

só querendo rever,

mais uma última vez,

os teus lábios entreabertos.

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