Alma de poeta ...

E de repente a poesia flui

de minha boca e de meus dedos

desvendando milhões de segredos

do que eu sou e do que fui

como se tentasse adivinhar

tudo que ainda posso ser...

É passado, presente, futuro

na medida do homem menino...

E eu me vejo então pequenino

trêmulo de medo no escuro

sem coragem até de chorar:

Era um homem por nascer...

E das alturas de meu presente

eu percebo que a claridade

agora bem podia ser clareza

pra que me visse por inteiro

em um arroubo derradeiro

de ser meu dono e meu senhor...

O poeta é presa de sentimento,

do entusiasmo e do amor,

da mentira e da verdade,

de gáudio e de sofrimento

mas sempre canta a beleza...

E quase nunca escapa impune

do que canta em seus cantos;

não está ileso, não é imune

ao desconsolo do desencanto

pois tem sensibilidade maior...

Porem o passado tão inocente

quer fazer o homem do presente

de alma pura e coração impuro,

pelo tempo corroído, corrupto

mas não pode um mistério futuro

fazer com que se torne abrupto

ou endurecido ou embrutecido

apenas por que se torna velho!

Como um astro em periélio

sempre retorno àquele menino

a quem um dom lindo e divino

deu por alma juvenil e inquieta

a alma eterna de um doce poeta...

Joscarlo
Enviado por Joscarlo em 29/08/2010
Reeditado em 29/08/2010
Código do texto: T2466637