...DOS TÁRTATOS!

Montanhas serradas, vales imensos

Um rio que drena a passagem longínqua

Num instântaneo, o céu celerado assola

Tantas esperas, tantas noites, som do orvalho

A busca adiante nessa imensa solidão

Vagas de nuvens, dia e noite sem parar

Viagem ao centro do pensamento, amor tardio

Que sai como se nunca houvesse outra vez

Ah! porta que se escancara, coração em debate

Agitam-se na noite sonhos lascivos

A boca que seca pela falta daqueles beijos

Esse corpo teso pelo corpo que não toma

Em braços, para se acabar no copo próximo

O olhar se perde na imensidão

Como se não houvesse mais desespero batendo forte

A janela para tantas vigílias

Lembranças pelos cantos da boca

E me pego nesse universo de contrários

Acalentado esse ressurgir de cinzas

Versejando imagens e lembranças

Só em minha Ilha, como um deserto

E sem a presença dos Tártaros!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 15/06/2005
Reeditado em 22/10/2006
Código do texto: T24710
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