Ao viajar em planos góticos...

Ao viajar em planos góticos

Fissuras de espaço & tempo

Entre miríades de estrelas

Alusões & vendettas de plantas exóticas

Mercadores transnavegantes, austros

Semideusas nuas tomando a sorte na rua

Cães ladram contra o brilho da Lua esquerda

Sexagenários tomando chá com outros magos

Guirlandas tiradas do sotão, pó sobre o chão

Meninos famélicos que não soletram

Pequenas prostitutas, brioches soviéticos

O apito do índio na fusão nuclear

Economiza para não faltar água

O gêlo esfriando a cauda de mais um cometa

Dinheiro é plástico, onde achar esses fósseis?

Vanguarda em turba, enchente no Nilo

Faraó que faz a tumba, areias revoltas

Blues para ressugir Janis Joplin

Minha solidão acompanhada de uma multidão

Tão on-line como a vida atravessando a rua

Pequenos espasmos grafados em pedra lascada

O sabor do sexo, verde, limão, laranja, abacaxi...

Morangos garfados a vinho branco

Desculpas vermelhas, amargos chocolates

Carl Solomom embriagado, com todo esse yage

Loucuras dominicais no planalto central

E Sampa com todos os pobres a sustentar

Cotação de alimentos, aumento estelar

Big Ban a caminho do caos

Suspendendo outra rodada do futebol

A TV com suas bobagens normais

Um guarda patrulha cada louco em sua casa

Tiraram o valor da comida

Mais um porre, depois outro, cara caída

Estão faltando dentes para roer a aflição

Aquele cara ali, com a cara no poste

A janela abriu um largo sorriso

E o universo não sabe aonde vai parar

Mimetismo do mochileiro,

Galáxias de sobreaviso!

Peixão89

(13/2/2003 12:03:00)

Peixão
Enviado por Peixão em 15/06/2005
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