Tomei emprestado o teu ombro...

Tomei emprestado o teu ombro

Tantas dores que tomei da vida

Com tantas alegrias a mais que deixei para trás

Tomei teu colo tanto tempo

Vendo o tempo que acariciou minha cabeça

Aprendendo nas tuas coisas simples

A difícil arte de aprender a viver

Viver na alegria constante

Aprendendo a aprender todos os dias

Ah! colo sagrado, que me enternece

Mesmo quando não vejo tuas dores

E apenas de leve, o que tanto a vida lhe negou

O chorar dos amores perdidos

O desfeito, seu lar, aquele marido

No abandono precoce, sem sentido

Mas teu ombro continua rijo

Tantas lutas, dias mal-dormidos

Para sustento destes pequeninos

O mundo se virando noutra sintonia

A mais valia de uma parca economia

Só o teu amor era imenso

Outros amores, algumas tentativas

Imperam sortilégios, amores se vão

Do primeiro ao último, abaixo do chão

Sobra-nos de novo este teu colo

Amado, amigo, conselheiro, artesão

Das costuras para tempos passados

Aos calados da noite em que ressona

O quanto ainda suspiras

Pelos dois filhos homens

Sim, um cá, outro lá adiante

Frutos dessa bela árvore

Que tanto a vida propaga

Ah! e de quem tanto vivo aprendendo

Por mais tarde que me levante

Para tratar do orgulho que tenho de ti

Pois nada é tarde para reconhecer

Aquilo que dos olhos mostram-se

Boa noite, bom dia, oi!, como vai!!!

Bem eu sinto, por toda a minha vida

Obrigado, mãe!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 15/06/2005
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