Quanta azia!
Um dia de sol rasgando o inverno poluído.
Calor que quebra a monotonia
de um dia miúdo de gentes,
(de)mentes,
de olhos
que agigantam anões
e mentem a si mesmos
sobre si mesmos.
E o tempo a fiar
indiferente
a bobice ardente
que bronzeia-se ao sol.
O mesmo feijão com arroz
é engolido
e ofertado
e a fome não cessa,
cresce
de um vazio destemperado,
indigesto.
Meu Deus, quanta azia!