O PANDA E O BAMBÚ

Mais um dia desperta

Acordando o jovem panda

Que preguiçosamente levanta

À beira de um riacho

Bebe a água que reflete

A natural pureza que o acomete

Com a boca salivante

Para explorar no bambuzal

O seu alimento tão habitual

Rejeitou só um bambú

Dentre tantos ao redor

Não era mais fino nem menor

O dócil alvinegro

Ficou parado a observar

E o tempo parecia não passar

Precisava regressar

Pois á noite é perigoso

Resolveu ficar mesmo temeroso

Atacaram o pobre urso

Que impávido não fugiu

E o próprio sangue o tingiu

Amanheceu agonizante

Para assistir a magia

Que naquela manhã aconteceria

Uma bela borboleta

De cor amarela e azul

Saiu do casulo que havia no bambú

Com o dever cumprido

O panda fraco desmaiou

E a borboleta bateu asas e voou

Até que duas crianças

Brincando um pouco distantes

Foram em sua direção saltitantes

Fez o caminho inverso

Retornando ao seu salvador

Que deitado estava sentindo dor

Enfim foi resgatado

E graças a bons humanos

Pôde viver mais alguns anos

Quase foi a óbito

Como beber um veneno

Por algo assim tão pequeno

Mas é na pequenez

Que entendido pode ser

O verdadeiro sentido de viver