Coração pagão

Do que me vale esta vida misera

Se ela só me é tristes desventuras

Ser milionário eu jamais quisera

Jamais pedi tamanhas amarguras

Tenho em mim um coração pagão

E também um espírito indomável

Ora sendo luz, ora sendo escuridão

Sou apenas um sopro implacável

Varrendo as ruas num sopro demente

E minha fé anda por planos distantes

Faz tempo que minha alma anda ausente

Pela escuridão de mundos atemorizantes

Já não a sossego no céu e nem na terra

Meus dias são como uma espada cravada

Na alma causando uma dor que dilacera

Minhas esperanças reduzindo-as a nada.

Arrasa e não acaba, fere e não mata,

Deixado para padecer neste mundo

Um poeta romântico virou um vira-lata

Que vive a falar de um amor já moribundo

Que resiste apenas no seu pensamento

Quisera ascender em si à luz da vida

Que se ofuscara em dor e sofrimento

Vai pelas ruas como uma sombra esquecida...

Joselito de Souza Bertoglio
Enviado por Joselito de Souza Bertoglio em 06/09/2010
Código do texto: T2482633
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