NA FALTA DE GREGÓRIO DE MATOS GUERRA...

IMPLÍCITA

Todo o dia ela passava

Com os cotovelos no batedor

Da janela

E o par de brincos em ouro mostrava

Pois que nenhum

Olhava pra ela

Veio um, enfim, e disse assim

Por que suspiras, ó orelhuda

Eu só queria saber

Se você trabalha ou estuda

Seja verão ou inverno

Seus brincos na janela

Será que não queima

No fogão sua panela

Passou o tempo e os brincos caíram

Da janela despencaram

E com todo aquele aparato

Um amor não encontrou

Depois então resolveu

Mudar de ideia a donzela

E o que se via no lugar dos brincos

Eram estranhos lóbulos

Expostos

Na janela