Poema vai às esquinas

poema

terra inóspita

big apple desabitada

sem cartografia, derradeira

chacoalha presa perdida

entre gavetas e prateleiras

poema

artefato ejaculado

na vasta vulva pulsante

disfarçada de papel

ruim ruína ruminada

nasce/morre em instantes

poema

sonho meu sem sombra

um dia ver-te vário em quaisquer esquinas

pedido com ênfase e desejo

pintura a óleo esculpida em madeira

direito de todos voz de beleza:

me vê um poema aí

seu moço:

metade calarela

metade mussabresa!