Tudo pode ser escrito...

Tudo pode ser escrito

Dito, bendito, maldito.

Não quero procurar

Buscar, rebuscar.

Palavras complicadas

Para tentar explicar

O nascimento da idéia

Pois é algo disforme

Ainda indefinido

Quero escrever

De uma outra forma

Sem perder o sentido

Tendo um ritmo próprio

Com um vocabulário popular

De fácil entendimento

Uma poesia diferente

Mas de fácil leitura

Quanto ao ritmo próprio

É difícil exemplificar

Só consigo visualizar

Um exemplo musical

Na música, “TAKE FIVE”.

De Paul Desmond e Dave Bruback

Que tem um andamento

Em compasso 5/4

Mas a visualização

Só é possível para quem

Conhece a música

Tem uma outra brasileira

Nesse mesmo compasso

“NO BALANÇO DO JEQUIBAU”

Do Mario Albanese e Ciro Pereira

Quando penso na forma fragmentada

Que escrevo, crio a imagem fragmentada.

Ou tento criar a imagem

O que digo agora

Dá para exemplificar:-

Cada linha

Tem uma

Duas palavras

Ou três

Raramente quatro cinco ou seis.

Cada linha contém

Um pensamento

Não possui métrica

Mas se lida

Em voz alta

Percebe-se o ritmo

Claro que há muito

Para se estudar

E chegar a um resultado

Satisfatório

Mas é possível

De ser executado

Só depende do leitor

Saber a técnica empregada

Cada linha

Uma frase

Um pensamento

Uma imagem.

Estou certo?

Estou errado?

Pirei na batatinha?

Ou viajei na maionese?

Mas sempre

Posso pedir ajuda

Aos meus amigos Poetas

Conto com todos

Em tempo

Posso retirar a pontuação

Com essa divisão

Torna-se desnecessária

Desde já grato pela atenção

Só quero tentar escrever

De um jeito

Que todos

Possam ler

E até declamar

Pois poemas

São escritos

Para serem lidos

Em voz alta

Pelo menos

Os meus

Eu os crio assim

Quanto mais pessoas

Eu puder alcançar

Será melhor

Mais facilmente

Serei popular

Sem ser popularesco.

ABittar

poetadosgrilos