Muito além do jardim

Muito além do jardim.

Cálida a tarde cai daquele jardim

Pássaros cantando alegremente, voam!

Flores perfumadas por lá povoam.

Todas as manhãs era o mesmo ritual

Molhar as plantas, cuidar a terra,

Retirar parasitas,

Podar as folhinhas amarelas.

Apenas e totalmente ao jardim ele dedicava

E o resto do mundo? Para ele nem existia,

Enquanto por ali vivia

Entre flores, borboletas, abelhas e minhocas.

Um dia o dono da casa se fora,

Para um lugar muito além da terra.

Os empregados, cada um tomou seu rumo.

Novos herdeiros a posse dele tomaram

Mas em vão, o jardim nem enxergaram.

E de lá o expulsaram.

De frente ao novo mundo deparou que nada conhecia

A este novo mundo não pertencia.

Os homens não eram amigos como as borboletas.

Não eram inofensivos como as lagartas.

Não eram leais como as abelhas.

Não eram inocentes como as formigas.

Percebeu que falso era perfume das mulheres.

A beleza delas não era genuína .

O choro da criança era de capricho.

O Sorriso do homem era forçado.

.

Neste mundo frio e egoísta

Que nem sua identidade conhecia

Teria que viver daqui pra frente

Pois a vida vai Muito além do Jardim!

Graça Cardoso

09/2006

Graça Cardoso
Enviado por Graça Cardoso em 25/09/2006
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