Uma Poesia de amor e dor

Como pode um ser humano pensante

Ser abalado por um sentimento que de certo modo é tão cheio

e, ao mesmo tempo, tão vazio?

Estou deparado com este sentimento inconstante

E é incrível como é constante essa inconstância

Algo que ultrapassa os limites da minha racionalidade.

De modo que a vontade de amar e fazer feliz

supera a minha própria vontade de viver

É impressionante como a dor nos olhos de alguém

pode se fazer pior do que a morte

E numa situação como essa não há como apenas tentar se manter

Não há nada para se sustentar.

É uma dor que supera a morte

Daquelas que quando aparece você clama a Deus, senhor me leva, senhor me salva..

Eu não sei o que ainda estou fazendo aqui.

É algo insustentável, algo que corroi mesmo sem sangrar

O que faz com que alguém tenha tanto poder na vida de outro

A ponto de fazer com que a sua própria vida não faça sentido

se a felicidade de quem se ama se lança ao chão.

Como pode alguém sangrar

Se palavras não foram ditas, nem armas empunhadas

Uma dor que se percebe sem se ver

E que dói sem sentir

Algo que desmantela, destrói, consome

Engole, Destroça, desintegra

Algo tão profundo que ultrapassa os limites do corpo e da alma

Algo que talvez nem nem o possuidor entenda

Algo mensurável apenas aos olhos de Deus.

Como é possível

Que algo doa a ponto de não se sentir

e que te destrua sem ao menos você se dar conta

pois quando se dá por si

você já está destruido no corpo

sem força, sem alma

Sem vontade de viver

Apenas almejando que algo te leve

te carregue, te destrua

Mas que no fim das contas

Te liberte

Algo que te liberte da tua dor

e te faça viver novamente

Ou ao menos

Que te deixe morrer em paz..