Pássaro da noite...

Acordei... Só as luzes da lamparina dançavam feito as ciganas de saias rodadas... Ou fadas.
O som parecia flauta... Ouvia sinos... Ou sonhos-de-valsa?
Percebo os rompantes do destino... Digo não e sim, em inconsequência redundante...
Ouço a caixinha-de-música da estante... Um instante.
A voz chega mansa em meus ouvidos... O arrepiar o colo... O escorregar as mãos da face ao umbigo... Serenata-de-amor na madrugada... O meu despertar o pássaro da noite acalentava.
Uma cadência inspirada... Voltas e voltas nas notas...
Despi-me da percepção vaga... Não abri a janela... Apenas joguei o coração ao seu canto... Encanto.
Ele canta todas as noites... Rodeia as sombras e mergulha em minha morada...
Em versos digo... O som que ouço em meus ouvidos.
O pássaro da noite chama meu nome... Em singular rota, encontra a si mesmo em meu peito.


17:18