Do Tempo, Vento!

Faz tempo, e o tempo fez

Com que, talvez, como em lápide

Se eternize aquele abraço

Como o poeta, papel lápis;

E se éramos, de fato, pérolas

Como aquelas, de cor escura

Nos desgastamos até então

Ou tempo também é loucura?

Os braços abertos ao vento

E tempo que passava a mil

Éramos mesmo a renacença

Ou tão somente instante vil?

Não dói, não fere nem machuca

Tampouco escuta a voz mais forte

Do riso, abraço, o beijo e o grito

Mito que se desfaz na morte;

E se houvesse aquela chance

De antes, de nos florescer

Havíamos de pegar estrada

Ou certamente nos perder?

E o tempo chora, como agora

Essa demora de viver

Pois nem mesmo ele – o tempo,

Há de passar sem me esquecer.

Júnior Leal
Enviado por Júnior Leal em 14/09/2010
Código do texto: T2497271
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