Tela de Primavera

Se hoje fosse pintar uma formosa tela,

usaria todas as cores da primavera...

Sem saber o que poderia combinar

e os fantásticos efeitos das aquarelas,

procuraria as belas cores dos modestos sonhos,

pintaria a paz, a emoção e a alegria!

Pra pintar a paz usaria cores brandas

a expressar a clara luz nascente do sol

batendo fulgurante em cada nação!

E nessa tela não se veria mais a guerra,

flores pincelar-se-iam redundantes,

extasiantes, sem pressa de desabrochar!

Nesse quadro pitoresco pintaria fé e lucidez...

A santidade estaria na proposta de união,

ninguém mataria em nome de seus profetas

sob o pretexto das crenças e cegas visões...

Traçaria todas as pessoas, abraçadas,

a caminhar na estrada que leva aos irmãos...

Pra pintar a emoção usaria cores quentes,

aquelas que cintilam a intensidade do amor

e ali ele se mostraria bem eterno como deve ser,

bem mais pela ternura que pelo químico apelo...

Flores emergiriam no enlace de cada momento,

a reproduzir o laço sagrado aos corações!

Para a alegria muito pouco faltaria:

cores livres com contornos de amizade,

risadas simples, infantis, repletas de verdade...

Apagar-se-iam a inveja, a vaidade e o desamor

e flores surgiriam pra expulsar toda a tristeza,

expressando matizes de raros sentimentos!

Se hoje fosse pintar uma formosa tela,

precisaria me vestir do espírito da primavera,

começaria por mim a paz, a emoção e a alegria

e frondosa visão a minha frente haveria de se mostrar!

E eu, humilde e leigo pintor desse mundo tão ideal,

começaria a tornar do sonho a vida sempre nessa estação!

Nalva
Enviado por Nalva em 26/09/2006
Reeditado em 28/09/2008
Código do texto: T249882
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