Veneno Filosófico
Na prosaica vida
O homem discreto
Que formula o sentimento correto,
Mal decifrado, ele
O usa. No uso, o abuso, do amor
Como objeto.
Pintando um quadro novo
O amor como solução.
Sola a musica, sem ação
Na composição sentimental
É abstrato. Que tal?
Um cubismo moderno?
Sem os pincéis do lirismo
Busca fugir deste abismo,
Onde engole o cálice.
Oferenda da vida.
No altar do dia-a-dia
Sorvendo em pequenos goles,
A cicuta engastada
Nada mais é. Do que
A vida filosofada.
Moisés Abílio