Olhos vermelhos
Um coelho de olhos vermelhos;
Saiu do algodão amaciado;
Fugiu da toca com receio;
No escuro da noite calada.
Procurava a alma humana;
Para libertá-la dos pecados;
Naquele negro breu insano;
Sonhava com um céu estrelado.
Percorreu toda a floresta;
Invisível de qualquer vida;
Embrenhou-se num atalho de aresta;
Numa atitude imprevisível.
Chegou numa terra de perdão;
Por um caminho que desconhecia;
Verificando ser o próprio coração;
De um homem que sorria.
ACCO