METAMORFOSE

Olhei-me ontem.

Olhei no fundo dos meus olhos,

Buscando em mim a definição do instante,

Que se expressa nos gestos lentos e catatônicos,

Que se revela nas atitudes mundanas

E em pensamentos sem palavras.

A metamorfose está em mim hoje.

Eternizada nas minhas próprias oposições,

Criando a linguagem comum dos olhos,

Confessando emoções internas e absurdas;

Vozes daquela suavezinha paz íntima.

A metamorfose está em mim hoje.

É neste minuto de contemplação

Que sinto minha existência.

Porém, a amargura me cerca,

Há um vazio incomum que não consigo descrever.

As idéias de amor em sua profundidade,

Uma dor que não dorme.

Escravizo-me no tempo metafisicamente.

O beco está sem saída.

Ieda Alkimim

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Academia Betinense de Letras
Enviado por Academia Betinense de Letras em 23/09/2010
Reeditado em 24/09/2010
Código do texto: T2515800