SANGUE NA PORTA
Lá fora um barulho,
será que é vento?
Um grito, um baque, um choro.
Alguém morreu!, alguém ou eu.
A porta já não é segura,
tampouco minha mente,
da fechadura alguém me vê.
De trás de um poste alguém se esconde e corre.
Da frente da porta, de um corte o sangue escorre.
luzes se apagam, luzes se acendem, e o choro se torna consolo.
não era vento era lamento, e os olhos iguais aos meus e os lábios iguais aos dela se fecham.
alguém morreu, alguém ou eu.
Ewerton Lages