Vazio

Não sei de onde vem a dor
nem como escorrega
pela minha pele
e se apega ao meu ser.

São claros, os momentos de espanto
e, sem fundo, é o poço do mergulho.

Nesse canto escurecido
em que a cara se esconde
sempre a solidão
tem um jeito de ser.

São tantas, as perguntas sem volta
e, sem som, as palavras buscam ecos.

Não sei como reconheço
aquilo que me escapa
pelo vão dos dedos
e dita o desprazer.

As batidas ressoam no vazio
sem resposta, nas portas que procuro.



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