Não voei até o azul infinito
Não encontrei o que procuro,
porque talvez procuro no escuro,
ou quem sabe eu uso escudo,
ou penso que escuto o homem mudo?
Não senti o amor fecundo,
porque talvez esteja oculto,
ou quem sabe não era tudo,
ou pensei que ganharia o mundo?
Não voei até o azul infinito
porque talvez não estivesse no instinto,
ou quem sabe eu bebi vinho tinto,
ou pensei que escrevendo, eu não pinto?
Não te chamei de meu amor,
porque talvez não sentisse o sabor,
ou quem sabe só vivi do horror,
ou penso que da vida só resta a dor?
Não estive em lugares altos,
porque talvez gosto dos rastros,
ou quem sabe em outra vida fui um astro,
ou pensei que entrando no mato acharia algo raro?
Não fui quem você queria,
porque talvez esta não era a minha sina,
ou quem sabe no meu coração tu fazia chacina,
ou pensei que por cima de tudo eu ainda riria?