UMA QUESTÃO DE TEMPO

Eu

Digo mentiras verossímeis

Que vão em direção ao acaso

Como se fossem labirintos

Diluídos na memória

Interferindo na realidade

Assumo a desordem das coisas

Captando a solidão dos instantes

A solidão que existe

Nos líquidos que escorrem pelo corpo

Quando tudo caminha

Na direção do vazio

Eu

Hesito entre o som e a soma dos estilhaços

Entre a textura e a densidade

Entre o silêncio e o grito

E todas as´possibilidades se esgotam

Tudo passa a ser uma questão de tempo

A percepção do azul

Se cristaliza no tudo ou nada

Da nossa esperança.

JOAQUIM RICARDO
Enviado por JOAQUIM RICARDO em 30/09/2010
Código do texto: T2529703
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.