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SERENATA DA SAUDADE

Cai a tarde,
cinzenta,
abafada,
sufocante...

Num solo de violino,  a Serenata de Schubert.
Esqueço o tempo,
Esqueço a estranha primavera.
Mergulho no solo do violino
e abandono tempo e espaço.
Não estou aqui
nesta tarde triste e solitária.
Voo no infinito além.
Afasto-me do aqui e agora. 
Transcendente sou.
Ouço o violino...
Mais distante, o solo de flauta...
Choro.
As lágrimas banham-me o rosto cansado.
São lágrimas de amor e  saudade...
Saudade de uma flauta e um violino emudecidos,
ausentes,
tão presentes nesta
tarde cinzenta.
abafada,
sufocante...