Cheia de Graça
Vem o silêncio,
cheio de Graça.
Calando a fera
que vocifera
em seu instinto
inumano.
Sem culpas,
sem juízos
de moral
segue essa fera
sua natureza
animal...
Assim gritavam
meus ancestrais
em suas cavernas
do inconsciente
distantes da melodia
do coração.
Assim viviam
sem atenção
às necessidades
de um Espírito.
Que mal percebiam
em si mesmos.
Morte e silêncio
uniam-se num enlace
que o tempo selou
na memória.
Enjaulando reflexões
e sonhos de paz...
Em nome do medo.
Até que a prece
abrindo barreiras,
vem devagarinho...
pedindo arrego.
E, cheia de Graça
impõe uma trégua.
Calando a fera..
que, ao menos
por instantes,
não vocifera.
E,em seu manso olhar,
temporariamente,
instala-se a Paz.