Cheia de Graça

Vem o silêncio,

cheio de Graça.

Calando a fera

que vocifera

em seu instinto

inumano.

Sem culpas,

sem juízos

de moral

segue essa fera

sua natureza

animal...

Assim gritavam

meus ancestrais

em suas cavernas

do inconsciente

distantes da melodia

do coração.

Assim viviam

sem atenção

às necessidades

de um Espírito.

Que mal percebiam

em si mesmos.

Morte e silêncio

uniam-se num enlace

que o tempo selou

na memória.

Enjaulando reflexões

e sonhos de paz...

Em nome do medo.

Até que a prece

abrindo barreiras,

vem devagarinho...

pedindo arrego.

E, cheia de Graça

impõe uma trégua.

Calando a fera..

que, ao menos

por instantes,

não vocifera.

E,em seu manso olhar,

temporariamente,

instala-se a Paz.

Mareluz
Enviado por Mareluz em 02/10/2010
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