ENTRELINHAS

Euna Britto de Oliveira

www.euna.com.br

Juro que não vi

Quando se encheu de estrelas o meu peito.

São minhas mil esperanças.

Elas cintilam como vaga-lumes

Numa noite tomada emprestada da infância.

Quando vem a dúvida

E tudo parece sombrio,

Como a uma alavanca,

O coração puxa a esperança,

Que me arremessa e levanta!

Então, desvenda-se um mundo bom,

Fundado na memória,

Com um milhão de amigos,

Muito sol,

De vez em quando, chuva!...

Festa em torno de fogueira,

Uma morena fagueira,

Alegre,

Bonita,

Atraente,

Lena – que distribui sorrisos

Enquanto serve a bebida...

Dança flamenca,

Ou música árabe

Para a dança de todos os ventres!!!...

Mulheres muito jovens e grávidas,

Mulheres meio velhas, impávidas!...

Na festa de cores e sementes,

Sou feita de impulsos e repentes.

Se me traduzisse em carro,

Diria que dou solavancos.

Minhas partidas são lentas...

Sou mansa,

Não-violenta.

Minhas paradas são bruscas!

E meus percursos são buscas...

Quem sabe, ao registrar sentimentos,

Amacio meus movimentos?...

Os olhos de Deus são o radar,

Os seus critérios são vários

E, muitas vezes, mistérios.

Os anos, feito quilômetros,

Poucos ultrapassam os 80!...

Eu paro no tempo e observo:

O tempo é uma estrada sem fim.

Agora, eu estou nele,

Um dia, ele continuará sem mim...

Reduzo-me à expressão mais simples.

E o muito que eu peço é dizer não!

E o mais que eu posso é dizer sim!...

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 01/10/2006
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