Deixando de ser menina,
conta as horas das estações que passavam...
Primaveras, invernos, verões.
Em seu pensamento o outono,
que sozinha provou de noites febris.
Tendo a lua como farol distante,
muitas vezes se via como minguante
nas  suas fases sombrias .
Com seus botões, não percebia
o que o espelho lhe dizia
e eram tantas mensagens...
Nas mãos, o bilhete do tempo vencia
e o dia passava pela estação,
feito noite de aflição.
Com os olhos da insônia,
só o vento a tocava tirando-lhe o torpor
para ver que o dia anoitecia.

Na menina dos olhos, o sol não via
a insônia lhe fazia companhia
.