Intenção para metrónomo
Hoje quero escrever marcando como quem corre
e não tanto como quem chega
Quero visitar e demorar-me desenhando pormenores efémeros na terra irrelevante
Quero poder ser por diante
Ter o fugaz, um que se acaba,
rasto de imperfeição cuidadosamente trabalhada
Quero metro de sabor humano em desenho tentado e quase refeito imperceptível
Vestir alma fina e manto compacto invisível, eu quero
E anseio o parar e a desatenção da ampulheta fria em corrida
Se vires desenlaçado e por fortuna o momento, não estou
Se te vir, descoordenado de casual, o tempo, não fui
Aguardada que é chegada de próxima partida,
quero querer falar palavra nova que a frase não contenha
De viva voz, sem ritmo, não mais que nós...
Quero agora apenas passo que não se detenha