Castiga-me infinitamente

Castiga-me infinitamente...

com todas as palávras esdrúxulas,

com todos os devaneios implícitos,

com quaisquer insultos que houveres:

castiga-me, dilacera-me... profana-me

Infinitamente!

Os nervos à flor da pele,

chama acesa em brasa viva;

carne gritando, carne ativa

ferida à espera do látigo,

fera que te doma a ser domada.

Castiga-me infintamente... como quiseres:

como a um peito cálido,

como a uma Madalena melancólica.

Açoita-me, abrasa. Me mata!

Infinitamente!

Até onde saciar teu desejo

até onde esborrares teu pejo

e o cálice de tua ira transbordar... vem

e (SÓ TU SABES) em mim.

Pra sempre, isto é: infinitamente