INTIMIDADE // e outras

INTIMIDADE

A intimidade da sombra

da penumbra

e da porta fechada

silenciosa e conivente

ali somente os anjos frequentam

cantam hinos

alertam sinos

espalham nuvens

finas cortinas

pernas

e malícias

ternas

MARIPOSA

há uma hora a rondar a casa

há eras

uma mariposa sobrevoa o lustre

para ver depois da luz

algo de que desconfia

e a seduz

ZERO

O ideal seria

sequer a si

pertencer

ser coisa alguma

e para além do zero

de onde se vem

a consciência de ser

estivesse inconsciente

FEMININA

quando o tenho

em meus braços

eu sei

o mal que faço

o temor do meu mormaço

o veneno que sou

ESQUINA

julga que não o vi

desde menina

sorrateiro

o destino

encoberto

no escuro

por trás do muro

na esquina

* QUANTA ALEGRIA EM FAZER CONSTAR DESTA PÁGINA A INTERAÇÃO DA PROFESSORA VERA VERÁ. E que descoberta incrível este poema da amiga e colega, de site e de profissão, ao perceber um fio novo que percorre estes poemas que nesta página aglomerei. Obrigada, Vera querida.Tomo a liberdade de batizar seu texto poético, mas se não estiver de acordo, aceito a repreensão. Beijos.

REVIRAVOLTA (poema da professora Vera Verá)

Deixei a INTIMIDADE

Fui ser MARIPOSA

Saí do ZERO

Eu FEMININA

Sentada na ESQUINA

Com aplausos nas mãos para ti