À minha mãe!

Tu longe de mim; eu perto de nada;

Tu nas noites frias, insone, acordada;

Eu fria nas noites acordando o sonho

Sem saber que a mão de Deus, enviada

Por tu, me vêm e logo acalentada

Esqueço as velhas dores e me recomponho.

Durmo agora, já pois bem sossegada

Sem saber que tu doce mãe amada

Ofertas por meu sono o teu sono a Deus,

E põe: nos teus joelhos minhas dores tantas,

Nas lágrimas a voz presa na garganta,

Na garganta a ânsia destes dias meus.

O dia amanhece e, o sol aparecendo,

Inda se pode ouvir tua voz dizendo:

Deus vai com minha filha aonde ela for!!

E em cada canto vou acompanhada,

Se por mil anjos não tiver guardada

Decerto protegida pelo Seu amor.

Júlia Carrilho Lisieux
Enviado por Júlia Carrilho Lisieux em 02/10/2006
Reeditado em 30/07/2008
Código do texto: T254533
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