[21h16... Em Círculos]

Eu pisoo a terra antiga e a nova,

o pó fino sob os meus pés

vai marcando, demarcando,

os vários caminhos onde andei...

O pó aponta-me rumos que, todavia,

sei bem que não seguirei...

O vento é o esquecimento...

Os amores... quantos, quantos!

As emoções dos encontros -,

os renovos - os pés lavados

nas águas frias que descem

dos morros enluarados...

O Ontem era promessa de infinito,

o meu rosto era límpido para o novo!

Mas o Hoje é cerca velha, caída,

tombada, enferrujada, sob a mesma lua...

Sonhos do emigrante que já não são nada...

Mas... é em círculos que eu ando;

círculos convergentes para o ponto

onde a imagem some, e nem o ser,

antes sôfrego, ansioso, não é mais.

[Repito, n-ésima vez: só instante do gozo

faz desmoronar o sentido do tempo...

O resto é nada, é rendição aos outros...]

[Penas do Desterro, 14 de outubro de 2010]

as 21h16...

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 14/10/2010
Reeditado em 22/04/2012
Código do texto: T2556855
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