Meia clave

Por tudo, amor, és ingrato.

Se me vês com a mão erguida,

Vem e serve o meu prato,

Dar-te-ei minha comida.

Não me condenes, tão-só,

Se me finjo quando choro.

Meu canto? Sou ré! Mi-dó!

Em nós, sol-si-fá? Te imploro!

Ah! Alguém, se mais que a mão,

Aponta o dedo... Que triste!

É só meio coração?

Há um meio-deus que o assiste?

Uma herege! Assim me tomas...

Eu confesso e me ajoelho,

Tu e eu, se duas somas,

É o mesmo rosto em espelho.

Canoas, outubro/2010-RS

Eliane Triska
Enviado por Eliane Triska em 16/10/2010
Código do texto: T2560818
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