Rio de Janeiro
Isto é Rio de Janeiro,
Mistura, miscigenação,
Riqueza e pobreza lado a lado caminhando.
Em meio ao tumulto de grande centro
Canto dos deuses reservado:
Casa do Poeta, sobre a intercessora presença da Mãe.
Lá tem verso, tem prosa;
Moda de viola, poesias deliciosamente declamadas,
E eu, um pequeno aprendiz em meio a grandes mestres.
Ouvi o canto do sabiá
Lembrei-me de Gonçalves Dias.
Em minha terra também tem palmeiras,
Também aqui canta o sabiá.
Ao ouvir seu canto, imaginei-me ali,
Ao lado de Gonçalves, deliciando-me de seus versos.
Fui ao Rio, não vi o mar.
Guiado por Iolanda, vi ao longe o Cristo a me abraçar.
Vi o bondinho, senti a alegria de seu povo;
Por lugares diversos passei;
Passei por Copacabana; lembrei-me de Tom e Vinicius.
Imaginei as mulheres por eles cantadas;
Forte foi a emoção: Jobim e seu piano,
Vinicius e seus ricos versos,
Combinação perfeita, cara de um povo feliz.
Faltou o mar, sobrou emoção.
Imaginei Vinicius a beira da calçada declamando a beleza da carioca.
Volta pra casa, contraste aparentemente insignificante;
Vi morros, vi barracos;
Cortou-me o coração: mãe e filhos maltrapilhos
Por sobre papelão dormindo, talvez com fome; quem sabe?
Mãe e filhos debaixo do viaduto.
Isto é Rio, cidade de encantos, sem nos esquecermos dos desencantos.
Acima de tudo fica o titulo:
Cidade por Tom, Vinicius, outrora cantada,
Rio, cidade maravilhosa.