NORDESTE

Régistre-se a voz do norte

que não se cala, vocifera.

Fala e ecoa, e não redunda;

que tem de boa a mais profunda

canção cantada, interposto,

entre a terra e o sol que escalda.

Régistre-se a voz norte,

que aponta para o nascente

sua magistral régia região.

terra que não mais que o mar

define, contorna e limita,

enquanto el’imita sua liberdade;

Régistre-se a voz do norte

em lembranças e presentes.

bóias-frias, àguas quentes.

Memória do que aquecia

é a saudade, único ser que desata...

fere, tortura, mas não mata.

Régistre-se a voz do norte,

subtraída por mentes vazias...

Frias, desacordadas, letárgicas!

quem dera poder discorrer,

discorrer das flores mágicas

vagantes, ladrilhando nossas ruas

Registre-se a voz do norte

que jamais morrerá

ainda coagido a rimar morte!

Como outro outrora, agora vejo:

que o nordestino, o sertanejo,

é (mesmo) antes de tudo um Forte.

Andrié Silva
Enviado por Andrié Silva em 20/10/2010
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