Sentimentos virginais
Não quero mais abrigo
Mas um meio-fio para sentar
Quando a vontade de se esquivar
Tiver a luminescência da noite.
E nesse instante de fuga
Pairar sobre os aventais da cama
Ou no tapete da minha retidão
Estentida, não mais serena.
O único bom-senso que ainda quero
É saber administrar muitos daqueles
Que também me administram entre muitas.
E deixar chover não só a lama
Mas de baixo pra cima na piscina
Porque com isso me ponho ao contrário
Inicialmente.
E o que eu quero eu não quero mais
Porque não sou eu que respondo
São minhas independências
Pseudonaturais e humanas.
Quero ser ainda mundana,
Mesmo que eu não ame a humanidade.
De amar eu já estou farta
Quero sentir tudo de ponta-cabeça
Leve e despreocupada.