Amálgama do amor
Misturei vida, letra, sonho,
História, desejo, sina,
Sangue e poesia; tudo
Pra ver se você se via.
Vendo-se, talvez eu existisse;
Existindo-se, talvez me visse.
Não existir nos seus olhos
É pior que ser cego de nascença.
Porém, ser cego em seus olhos
É pior que, já, ao nascer, não existir.
Refletir sobre seu o olhar,
Ou ser refletido no azul
De sua íris que se lança,
É como amalgamar-se
Em sigelo sonho de criança,
Num desejo infantil de ser amado.
E amalgamado assim
Como um destino, pelo destino
Assim predestinado, construo,
Pela paz de simples versos,
Depois de ter o brilho
Dos seus olhos alcançado,
Meu precioso paraíso.
É claro, a luz do meu sorriso,
Na expiral dos seus sonhos,
Meu pequeno "Shan-gri-lá",
Meu "El dourado".