thymós
Bebi de teu cálice, Dionísio
Tenho agora a alma úmida
Afogada em palavras e sopros
impedida de resistir aos impulsos da paixão
E escutando hinos órficos, desço ao Hades
Com e a cada novo amante
E me questiono: aonde está a minha medida?
Em que vinha transgredi minha fome?
Perseguida sempre pela imagem da ninfa perfeita
Não me percebo mais sobre um eixo
Intoxicada pelos mistérios, fervida em inciações
Me vejo nua, mortal, provando o assombro da entrega
E nessa maliciosa corrente entre mitos e canções
Me perco em devaneios e anseios
E embrulho a fé em pacotes herméticos, frívolos
Tentando não mais Ser, mas Ser só, uma lenda...