Qualquer Poeta
Um poeta,
que corre linhas a escrever versos muito loucos.
Tal sua meta,
refletir a vida de todos para o entendimento de poucos.
Longe daqui terei mais tempo,
pra pensar em quem devo ser.
Se amo, odeio, construo ou arrebento,
as vivências farão com que eu possa crescer.
Agora a me concentrar em quão bom sou,
ao me ver fazer da vida letras.
Quem de meus versos riu ou chorou,
se de cordeiro a lobo em sua envoltura preta.
Pelo menos, viram o bom e o ruim,
que ninguém é bom o suficiente para julgar.
Que se contentem com o não e o sim,
sabendo que a negação pode matar.
E que se dane a mediocridade alheia,
que com sucesso me faz vomitar.
Qual covarde é você, que urina enquanto receia
revelar seu íntimo para não apanhar.
E quem é muito loko de acreditar nos outros?
Grande palácio em terreno de areia!
E falam dos outros para mim, de mim para os outros...
No Natal, um presente dentro duma meia.
Dizem que a vida não é assim,
que sou louco e nada disso acontece.
Dizem que sempre começo pelo fim,
num pessimismo que me merece.
E de verso em verso, conto uma história,
no intuito de fazer-te pensar.
Rindo de mim, da minha vida, totalmente simplória,
buscando em ti algo para você raciocinar.
Talvez eu seja leigo,
que não sabe o que está falando.
Talvez feroz de um ponto de vista meigo,
correndo para a luz... e buscando.
E mesmo se eu fosse preto ou branco
Oscilasse de plebe à realeza
Quando desliga ou pega no tranco
Em minha feiúra na ilusão da beleza
Serei para sempre eu, um escritor,
que em suas histórias amacia ou espeta.
Aventurando-se entre a dor e o amor.
Se cronista, escritor, porém para sempre... poeta.
29/11/2002