um pouco

Começo pelo final da idéia que penso notória

não existe o povo, não o que aprendi

inofensivo e indefeso

sem retaguardas, à mercê

Não há dois lados então todos tudo é povo

que é clara e gema

que se aquece nasce

é ovo

de casca fina, casca grossa

quebrada por dentro

na dor do excesso da dor

ao quebrada, por fora

Existe sim uma massa amorfa, sedenta

por sangue

e verdades

qualquer uma, que lhe encha os olhos

os ouvidos

o estômago

Se desta massa é o que tratam por povo

medo é o sentimento que tenho

terror é o que me ocorre

perigo é o sinal

alerto-me

No encontro de algum destes aglomerados, tão insanos

indivíduos sujeitos a sentir sem pensar com clareza

continuarão indivíduos a pensar

sem sentir direito

Pois um que veja, receba, perceba

o campo energético, magnético,

formado no agrupamento, pelotão

a turba

destas almas sozinhas tão mansas, leves

lúdicas até, ali podem ser movidas

por um dedo, de resto, em riste, que aponte

a direção

a emoção

a ser sentida, vivida

o ópio

um ópio

Uma palavra

só uma palavra, que os leve, convença, dirija

a construir pontes

ou descontruir universos

Suzane Rabelo
Enviado por Suzane Rabelo em 25/10/2010
Reeditado em 23/02/2012
Código do texto: T2578543