O dilúvio - ainda há uma esperança

Chamem todos, gritem, há uma esperança!

“Um dia todos nós viveremos a arte”.

Lembram que uma vez eu disse?

Venham, Álvares, Castro, Carlos, Clarice,

Avistei uma luz e um pedaço de terra.

Dessa vez a água está realmente baixando.

Venham ver, parem um momento seus ofícios.

Vamos, Manuel, Monteiro, Olavo, Vinicius,

Teatro, música, poesia, tem arte de todos os tipos,

Vamos até lá, o mais rápido possível,

Tudo junto em uma coisa só, como um refogado de panela.

Mudem a rota, levante os mastros, estiquem a vela.

Não vejo a hora de comer meu bife mal passado.

Assim que chegarmos,

Brindaremos com uma dose de conhaque,

Faremos uma fogueira,

E recitaremos os mais belos poemas,

Dormiremos ouvindo o ferver do sol se apagando no mar,

E enquanto dormimos os sonhos se tornarão realidade.

Só acordaremos às treze horas, minutos e segundos,

E beberemos um café com dois torrões de açúcar.

Enfim poderemos fazer com que a rota de nossas vidas mude,

Para bem longe dessa névoa que induz a um fim trágico.

E enfim, tudo se transformará em um Teatro Mágico.

João Valio
Enviado por João Valio em 07/10/2006
Reeditado em 14/10/2006
Código do texto: T258680