Às pessoas que foram desleais comigo durante parte da minha vida...

Às pessoas que foram desleais comigo durante parte da minha vida...

Vocês que sempre foram desleais comigo

Ensinaram-me muitas coisas...

Tsunamis e turbilhões de emoções desconhecidas por mim

Tive que enfrentar, sem apoio em vocês eu encontrar...

Aprendi com seus atos a lidar com essas emoções

Que me deixaram à mercê da própria sorte

Tal qual um cachorro que foi levado à morte...

As marés estão subindo, subindo, subindo

Com elas minhas emoções desequilibradas

Assoladas, assuntadas, julgadas, desmotivadas...

Mas, por sorte minha

Uma hora elas terão que baixar

E muita coisa normalizar...

Hoje me esforço

Para não perder o controle

Do meu emocional

Que quero viver sob minhas próprias rédeas

E assumir minha vida, sem permitir mais mazelas...

Percebi tempos atrás que minha vida era como um jogo de futebol

Que no gramado para o "escalador" dos jogadores estava tudo normal

A bola fui "eu", que era chutada pra lá, pra cá...

De bico, de calcanhar, matada no peito, na cabeça

Como o jogador alcançasse

Sem se importar onde fosse pegar

Dava logo aquele chute

Para seu alvo alcançar...

Sem se preocupar se havia impedimento

Os bandeirinhas e o juiz

Não estavam nem aí...

Não queriam enxergar nada

Era mais cômodo e mais fácil está "culiado"

Para que não sobrassem para eles

Justificativa de nada

Pois eram a maioria

E a bola... era apenas a bola...

Que não tinha forças para gritar

Tão pouco para protestar...

Daí uma surpresa!!!

Os olhos dos meus olhos

Os ouvidos dos meus ouvidos se abriram

E eu, a "bola" percebi as partidas...

Agora entrei no páreo

Fortalecida com sequelas dos tsunamis e turbilhões vividos

Antes vocês faziam o que queriam

Isso, infelizmente, eu "permitia"...

Agora as regras mudaram

Pensei em colocá-los nos escanteios

Mas, vi que me pertubariam

E tomei outra medida...

Na minha área não os quero mais

Vocês me fazem e causam mal

Sou agora o juiz e os bandeirinhas

Não quero mais vocês no meu gramado

As coisas mudaram radicalmente

Não me importo com o que vão dizer para suas gente...

Só sei que quem dá o chute agora sou eu

E os estou "chutando" para fora do estádio

Não quero mais saber onde vocês pararam

Se quebraram alguma vidraça

Se cairam em algum rio ou riacho

Se cairam num matagal

Quero apenas viver como um ser humano normal...

Vocês que me maltraram, que me iludiram,

Me manipularam e que foram desleais comigo

Não desejo mais compartilhar minha vida pessoal com vocês!

Hoje sou um ser humano alado

Moldado, verdade, pelo sistema

Mas livre para voar e pousar

Em qualquer lugar

Dentro da ética e da moral

Que sempre são e serão

E nunca deixarão de ser fundamentais...

No gramado da minha vida

As cores não são mais definidas

Antes eram cinzas, marrons e negras

Hoje só quero belezas

Cores vivas e alegres

Para os que de fato me querem

Comungando em suas vidas

Sem jamais pensar em abrir feridas...

Sei que nesse novo gramado

Terei poucas pessoas de fato

Mas o que me importa é a qualidade

E não a quantidade...

Quero apenas viver o ápice

Do Ágape e ser feliz novamente

Mesmo que isso me custe mais caro

Do que já paguei para ser uma sobrevivente...

Quero apenas deixar o Ágape fluir

Pelo resto da minha vida

E acreditar que esse pequeno e verdadeiro "time"

Possa comigo alcançar meus objetivos

De ter na vida vários motivos

E vivê-los com intensidade

Longe das atrocidades

Onde somente a bondade flua

Até chegar no topo da lua...

Tetéia.

17/05/10