O marinheiro no caixão

“Tão verdadeiro e sem sentido nenhum”

(Fernando Pessoa)

É tarde demais para cantar reminiscências e contemplar os sonhos

Resta-me debruçar sobre a vida morta que trago comigo

Ah, pobre de mim que fui tão feliz outrora...

... Agora, vago nas sombras a embevecer ausências

Enquanto o horizonte se faz negro

A vida me espreita e já não sei em que pensar

Devo aquietar minhas ansiedades que já não são tão verdadeiras?

Daí, percebo uma réstia que se move insistindo em brilhar minhas mãos

O saber é demasiado impreciso para quem o esqueceu

No tempo que aqui fiquei a narrar-lhe meu sonho

A madrugada ganhou cor e se empalideceu

Mas o dia nunca raia para quem contempla o absurdo das horas

Que me importa o dia?

*A Fernando Pessoa

Marciano James
Enviado por Marciano James em 02/11/2010
Reeditado em 25/01/2011
Código do texto: T2592831
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.